quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sobram pais na fila de espera para adotar uma criança em Santa Catarina

 
Aline Rebequi

Santa Catarina tem hoje mais que o dobro de pretendentes à adoção do que crianças e adolescentes na fila de espera para ganhar uma família. Pelos números, não haveria ninguém esperando por um pai e por uma mãe nos 168 programas de acolhimento do Estado.

O problema está na escolha: 80% dão prioridade a menores de três anos, perfil que representa apenas 4% das crianças. Gelson Merisio, presidente da Assembleia Legislativa de SC, há alguns anos também pensava assim. Adotou dois recém nascidos. Com o tempo percebeu que criança faz um pai feliz com qualquer idade e mudou de ideia.

Diante da matemática que não fecha no Estado, ele uniu a experiência da adoção ao poder que tem nas mãos como presidente da AL e contribuiu com o lançamento da Campanha Adoção - Laços de Amor, em maio do ano passado, que estimula a adoção tardia, múltipla (grupos de irmãos) e também de crianças deficientes através de histórias reais, mostrando como os laços de amor nascem entre pais e filhos independente de idade, gênero ou qualquer outra condição.

Ao falar sobre sua vida pessoal quase esquece que seus filhos não são biológicos. Como qualquer outro pai coruja, tem a foto dos pequenos, Nicole, 3 anos e Arthur, 13, na capa de abertura do celular. Se enche de orgulho quando fala dos dois e sinaliza a possibilidade de adotar mais um, desta vez, maior de três anos.

— Queremos quebrar tabus e preconceitos que um dia também fizerem parte da minha vida. As pessoas têm medo de não conseguir firmar vínculos com uma criança mais velha, mas a idade dela não interfere em nada — diz.

Merisio também esperou pelas crianças. Foi quase um ano pelo Arthur e cinco anos por Nicole. Hoje, em meio a tantos compromissos políticos, Merisio encontra uma brecha na agenda para brincar de balanço no quintal de casa.

Gelson e Márcia Merísio estavam casados há 10 anos e não tinham filhos quando decidiram adotar. Márcia lembra que no início o casal teve um pouco de dificuldade até descobrir que Arthur era autista. Mesmo assim, o menino toca guitarra e joga xadrez. Ver filmes com a família é uma das suas atividades preferidas.

— Adoção é uma oportunidade única. Não é uma ajuda só para elas, mas também para os pais — recomenda.

Campanha retorna em 25 de maio
Realizada em Santa Catarina pela Assembleia Legislativa, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil e Tribunal de Justiça, a Campanha Adoção - Laços de Amor será relançada a partir do dia 25 de maio, próxima sexta-feira.

Na mídia e no portal da campanha, www.portaladocao.com.br serão revistas histórias reais e de sucesso sobre adoção tardia, de grupos de irmãos e de crianças com necessidades especiais.
Os resultados do primeiro ano da campanha
— 2,2% é o aumento no número de crianças para adoção de 2011 para 2012
— 42 pretendentes tomaram a decisão de adotar depois da campanha
— 18% é o número de pretendentes que mudaram de ideia e resolveram aceitar crianças com mais de três anos depois da campanha
— 7 audiências públicas foram realizadas pelo Estado
— Foi identificada a necessidade de agilizar os processos e ampliar o quadro de profissionais nas casas de acolhimento (psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, técnicos)
— Sensibilização de interessados para adoção tardia. Em um ano, os vídeos foram acessados 10.704 vezes e o site 23.264 vezes.
— O Tribunal da Justiça fez levantamento estadual e elaborou um Relatório de Visitas aos Programas de Acolhimento Institucional.
Uma matemática que não fecha
1.652 é o número de crianças para adotar
3.560 é o número de pessoas que querem adotar uma criança
80% escolhem menores de três anos
4% das crianças para adotar tem menos de três anos
O que será feito em 2012
— 4 de junho, no Ministério Público, um evento discutirá soluções para melhorar o acolhimento das crianças;
— Comunicação direta com os inscritos para adotar: envio de material da campanha na tentativa de ampliar o perfil de filho buscado (mais velhos, grupos de irmãos e com necessidades especiais).
— Será sugerido à Secretaria de Assistência Social do Estado a criação de um grupo multidisciplinar de atendimento às adoções tardias realizadas para dar suporte às famílias e crianças no período de adaptação.
— Será criado uma central de atendimento por telefone para auxiliar os pais que adotaram crianças a resolver conflitos familiares e melhorar a adaptação. A implantação está prevista para junho deste ano.
*Colaborou Darci Debona
fonte:http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2012/05/sobram-pais-na-fila-de-espera-para-adotar-uma-crianca-em-santa-catarina-3762873.html

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