terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CRIANÇAS NEGRAS AINDA SÃO DEIXADAS DE LADO

A luta pela igualdade racial no Brasil tem na adoção uma grande batalha. Apesar do esforço em banir o preconceito no país, os negros ainda sofrem com uma cultura de exclusão. Essa realidade é refletida diretamente nas crianças órfãs, que precisam do aconchego de um lar e muitas vezes não se encaixam no perfil desejado pelos futuros pais. Hoje, quando se comemora o dia da Consciência Negra, o DIARINHO traz à tona essa realidade que, de acordo com especialistas, tem mudado aos poucos, mas demonstra a dificuldade em lidar com as diferenças.

A juíza Sônia Moroso, que foi titular da Vara da Família em Balneário Camboriú e é uma grande defensora da adoção, diz que até há cadastros de pessoas que não têm restrição às características dos pequerruchos, mas a maioria ainda quer um filho com a cor parecida com a da pele dos pais, que na região são na maioria brancos. “Isso está mudando lentamente com a ajuda de grupos de apoio à adoção e a divulgação da imprensa. Estamos difundindo uma nova cultura de adoção”, diz.

Nos últimos anos, os pequerruchos adotados em Balneário, em sua grande maioria, tinham de dois meses a um ano, eram brancos e meninos. A presidente do grupo Anjos da Vida de apoio à adoção, a advogada Cristina Bittencourt, que é negra e foi adotada por pais brancos, não julga a escolha dos futuros pais. “Temos que respeitar o perfil dos pais, mas trabalhar com as diferenças. Não vejo essa escolha como algo errado, mas com o tempo eles descobrem outra forma de dar amor a uma criança diferente”, diz.  Segundo ela, desde que o projeto existe, há três anos, isso tem mudado. No início do trabalho, cerca de 10% dos pedidos de adoção na não exigiam cor de pele específica. Hoje, eles chegam a 30%. Isso é resultado de um trabalho demorado e paciente.

Cristina explica que, com a nova lei de adoção, são exigidos cursos preparatórios para os futuros pais. O grupo faz ainda reuniões terapêuticas mensais para discutir o assunto, e são justamente nesses encontros que os pais começam a abrir as opções e aceitar crianças que saem do padrão inicial.


Preconceito atrapalha

A ideia de fazer uma criança dita diferente parte da família é um processo que ainda encontra barreiras. O historiador José Roberto Severino lembra que geralmente a escolha por crianças com a cor igual a dos pais é uma forma de evitar conflitos, numa sociedade ainda preconceituosa. “Em família acontece o que se passa em sociedade. É uma escolha mais acomodada na prática, mas o esforço de não estabelecer um perfil gera mais diálogo com a diferença. Enriquece a família e a sociedade”, afirma.

O professor Moacir da Costa considera esse preconceito reflexo do estereótipo da televisão brasileira, que coloca o negro sempre em posição inferior. “Quando levantarem a autoestima das pessoas e mostrarem que o negro é bonito, isso vai mudar. Hoje, o Brasil está descobrindo o negro, está sabendo viver com o negro, diferente de gerações anteriores”, diz.


Fonte: Diarinho

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Balneáorio Camboriú, SC., Brazil
O GEAA Anjos da Vida é uma entidade sem fins lucrativos, cuja visão é de apoiar A ADOÇÃO de todas as formas. Procuramos atender aos Pais adotivos, filhos do coração, e famílias extensivas. Nossa maior conquista é ser um dos primeiros grupos de apoio à adoção do Estado, em parceria com o poder judiciário de SC, e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, ministrar o curso de preparação de postulantes à adoção. Membros da Equipe do GEAA Anjos da Vida: Lenita Novaes: Psicóloga e Coordenadora Geral Indiana Menon: Psicóloga Carolina Voltolini: Psicóloga Noemi Loser: Mestre em Pedagogia Archille Mazzi: Advogada Grasiela Teixeira: Auxiliar Administrativo Deolinda: Assistente Social Juarez Furtado: Médico Pediatra Aline Radloff: Nutricionista Venham nos conhecer!!!