terça-feira, 23 de agosto de 2011

Preconceito ainda é grande para crianças que estão em adoção



Atualmente existem 398 meninos e meninas para adoção no Estado; perfil dos pretendentes começa a mudar com o pré-natal da adoção

A preferência continua sendo por bebês de 0 a 3 anos, mas a Ampara acredita que esse quadro está mudando

“A sociedade ainda tem muito preconceito em relação as crianças adotadas”. Essa é a opinião de um pai que adotou recentemente e que pediu para não ter o nome revelado por causa do processo, que ainda está em fase de conclusão.

Para terem as identidades preservadas, os personagens serão chamados de Antônio e Lúcia. O casal fez várias tentativas para engravidar e viu na adoção o complemento da família: “olhamos a possibilidade de nos tornarmos completo”, diz Antônio.

Como tantos pretendentes, o casal quis adotar um recém-nascido. A espera para quem tem essa preferência é de pelo menos dois a três anos. Com a Lei 12.010, que passou a vigorar em 2009, todo casal que quer adotar, seja de qualquer idade, deve passar por curso pré-natal com duração de cinco módulos.

Em Mato Grosso, existem 398 pessoas que pretendem adotar. Deste total, 250 preferem crianças com até três anos de idade. A espera do casal foi de muita paciência, e na tarde de uma sexta-feira receberam a ligação de um funcionário da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja): “temos uma criança aqui esperando vocês, querem ver?”.

 Mais que depressa o jovem casal foi para o Lar da Criança ver o bebê de poucos dias de nascido. “Entramos em um quarto e esperamos a sua chegada. Quando os funcionários o trouxeram ele começou a rir, ria muito de forma que todos viram que era um comportamento diferente”, disse o pai adotante orgulhoso.

A criança é um menino saudável que estava ansioso por encontrar pais que lhe dessem dedicação e amor. “Ele nos escolheu, foi um encontro de almas, eu e minha esposa ficamos emocionados, choramos, e digo que não há diferença nenhuma porque o amor cresce a cada dia. Vou ao trabalho e quero voltar rápido para estar com meu filho, meu filho de alma e coração. Queremos dar tudo de bom para ele, o melhor pediatra, o melhor médico, a melhor vacina e muita educação”, emociona-se Antônio.

Ele avalia que mesmo no século 21 deve-se tomar cuidado porque as pessoas ainda insistem em ter preconceito. “As crianças que são adotadas no Brasil sofrem preconceito. Desde a Idade Média há uma rasa ideia de que filho adotivo não é a mesma coisa e para mim não há diferença”, argumenta Antônio.

Antônio e Lúcia voltarão para o final da lista de adoção para dar mais um irmãozinho para o pequeno, que hoje, ilumina a casa.

ORIENTAÇÃO

A orientação da Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) é que os pais, quando adotarem uma criança digam a ela desde cedo que é adotada. O diálogo, baseado em respeito e amor, deve ser feito para evitar qualquer constrangimento da criança em algum estágio da vida.

A Ampara é uma associação que em parceria com a Ceja prepara grupos de pretendentes em cursos chamados de pré-natal da adoção. A associação já preparou quatro grupos, a primeira turma tinha 60 pessoas, os outros três eram formados por 40 pretendentes. Alguns eram formados por mulheres ou homens solteiros

MS tem quase seis candidatos para cada criança disponível à adoção

Mato Grosso do Sul tem mais de cinco pretendentes para cada criança ou adolescente disponível para adoção.

Dados divulgados hoje pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com base no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), mostram que o estado tem 419 candidatos para 78 meninos e meninas. A média se equipara à nacional. Em todo o Brasil, são 26.694 pretendentes para 4.427 menores.

O levantamento traça um perfil dos candidatos a pais e é, justamente, nas exigências apresentadas que pode estar a explicação para que algumas crianças permaneçam sem família, mesmo havendo tantas pessoas dispostas à adoção.

Em todo o País, menos de 20% dos candidatos aceitam adotar irmãos, por exemplo, e 75,72% das crianças e adolescentes têm irmãos.

A cor é outra questão delicada. Mais de 45% dos meninos e meninas são pardos e outros 19,11%, negros. Mas 37,94% dos pretendentes só querem um filho se for branco e apensas 31,22% se dizem indiferentes à raça da criança.

No Centro-Oeste, mais de um quarto dos candidatos faz alguma exigência em relação a cor, mas a preferência pelos brancos é bem menor: 17,22% dos cadastrados exigem que seja essa a tonalidade da pele de seu filho.

A idade, porém, é o fator mais restritivo. Menos de 4% dos pretendentes identificados pelo CNJ aceitam adotar uma criança ou adolescente a partir dos 7 anos. Mais de 60% querem bebês de até 2 anos de idade.

Quem Somos Nós

Minha foto
Balneáorio Camboriú, SC., Brazil
O GEAA Anjos da Vida é uma entidade sem fins lucrativos, cuja visão é de apoiar A ADOÇÃO de todas as formas. Procuramos atender aos Pais adotivos, filhos do coração, e famílias extensivas. Nossa maior conquista é ser um dos primeiros grupos de apoio à adoção do Estado, em parceria com o poder judiciário de SC, e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, ministrar o curso de preparação de postulantes à adoção. Membros da Equipe do GEAA Anjos da Vida: Lenita Novaes: Psicóloga e Coordenadora Geral Indiana Menon: Psicóloga Carolina Voltolini: Psicóloga Noemi Loser: Mestre em Pedagogia Archille Mazzi: Advogada Grasiela Teixeira: Auxiliar Administrativo Deolinda: Assistente Social Juarez Furtado: Médico Pediatra Aline Radloff: Nutricionista Venham nos conhecer!!!