Quatro famílias respondem processo judicial em
Jaraguá do Sul, enquanto 116 pessoas esperam na fila
regularmente.
Débora Kellner
Publicado 05/05/2012
Acabar com as adoções irregulares de crianças e valorizar o processo legal.
Esses são os objetivos do Promotor Rafael Meira Luz ao instaurar o inquérito
civil. Ele quer alertar sobre as consequências judiciais das chamadas“adoções
diretas”.
Quando uma família adota uma criança sem passar pela orientação de
assistentes sociais e sem o acompanhamento judicial, a situação é considerada
criminosa e os pais adotivos podem perder a guarda. “Adotar dessa forma não é um
ato de amor e a família se baseia em uma mentira”, afirma o promotor.
Comum na região, a adoção irregular traz perigos para a família. Hoje,
existem quatro casos sendo julgados em Jaraguá do Sul e Corupá. Para o promotor
Meira Luz “quando a situação não é regularizada, todos vivem com medo de uma
visita do oficial de justiça ou com constrangimento de os pais biológicos, e não
os adotivos, estarem registrados”. A partir de agora, começa uma campanha de
esclarecimento para que esses casos sejam denunciados por vizinhos, professores
e funcionários do posto de saúde.
Essas famílias não respeitam a fila de adoção,que hoje, em Jaraguá do Sul,
tem 116 pretendentes.“Para adotar legalmente não é difícil e nem demorado no que
depende do poder judiciário. Entre a entrega dos documentos no fórum e a
sentença de que o candidato é apto leva de dois a seis meses. O que mais demora
é encontrar a criança no perfil desejado”, esclarece Meira Luz.
Para ajudar pessoas que querem adotar uma criança, o Setor Psicossocial do
Fórum realiza toda última sexta feira do mês, às 17h30, uma palestra de
esclarecimento das dúvidas. Priscila Larratea Goyeneche, assistente social,
acredita na importância do suporte dado às mães que não podem permanecer com seu
filho. “A gente orienta que, se a mãe não pode criar o filho, que ela entregue
para o processo de adoção sem culpa. Nós não penalizamos e nem julgamos essas
famílias, queremos é dar um acompanhamento correto para essas crianças”,
salienta ela.
Fonte:http://www.ocorreiodopovo.com.br/seguranca/adocao-legal-casos-irregulares-na-mira-da-justica-9682870.html