Entrevista extraída da Revista Claudia, edição de outubro de 2004, concedida à repórter Angélica Brum.
O casal de atores apresenta o filho, Francisco, e fala sobre o processo de adoção: as entrevistas com psicólogos e assistentes sociais, o encontro com o bebê no orfanato, a alegria de ter uma criança em casa. Ao abrir o coração, Marcelo e Mõnica esperam estimular outras famílias a considerar a possibilidade.
A agenda de Marcello Antony, 39 anos, anda lotada. E não é apenas por conta do Viriato, o maítre bonitão da novela Senhora do Destino. Desde que assumiu o papel de pai, ele se desdobra entre os compromissos profissionais e o cuidado com o filho, Francisco, de 1 ano e 10 meses. Tanto Marcelo quanto a mulher – a atriz Mônica Torres, 46 anos, com quem é casado há sete – babam diante do menino, que adotaram logo após um encontro emocionante em um orfanato carioca. O processo durou alguns meses, mas hoje o casal tem a guarda definitiva. Quem também comemora o fato é Isabel, 19 anos, filha de Mônica (com o ator e diretor José Wilker), que virou madrinha. Os atores concordaram em abrir esta história de amor familiar com a condição de que a repórter não tocasse no episódio da prisão de Antony – como se sabe, em abril ele foi detido pela polícia ao comprar maconha com cheque, em Porto Alegre. Hoje, o ator está empenhado em divulgar a prática da adoção no país e dá palestras a candidatos a pais na Primeira Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro. Aqui, a mãe e o pai de Francisco revelam o quanto sua chegada alegrou a casa e o coração de toda a família.
Claudia: Como surgiu a ideia de adotar uma criança?
Mônica: Nosso “Plano A” era ter um filho biológico e adotar outro em seguida. Mas decidimos inverter a ordem do projeto porque eu enfrentei cinco abortos espontâneos. Passar por isso foi muito difícil, ainda que tenha fortalecido nosso casamento.
Marcello Nós vamos continuar tentando ter um filho biológico, mas, se não acontecer, pretendemos adotar outro, quando o Francisco estiver maior, talvez daqui a um ano e meio.
Claudia: Vocês conheciam alguma história de adoção?
Monica: Eu devia ter uns 10 anos quando a passadeira lá de casa pegou uma menina para criar. Ela vivia com dificuldade, tinha um filho adulto, que era zelador do prédio em que minha família morava, e levava todo dia a filha para o trabalho. A partir daí, sempre pensei na adoção como uma possibilidade. Logo que comecei a namorar o Marcello e falamos em filhos, comentei sobre o meu desejo de adotar. Na hora, ele respondeu: “Vamos!”
Marcello: A ideia me empolgava pelo lado mais humanitário, a vontade de ajudar uma criança sem família, de fazer alguma coisa...
Claudia: Quem se beneficiou mais com a decisão, vocês ou o Francisco?
Marcello: Nós. Ele coloriu a vida da gente, trouxe esperança.
Mônica: É curioso, porque sempre se pensa em adotar para fazer o bem. Mas depois que o Francisco chegou, vimos que foi ele quem trouxe tudo de bom para nós. Na convivência, ampliamos nossa capacidade de amar. Hoje, saio de casa querendo voltar para ficar com o meu filho. Não basta monitorar de longe, a vontade é acompanhar a rotina dele de perto.
Claudia: Quanto tempo se passou desde que vocês entraram com os papéis da adoção até pegar o Francisco no colo?
Marcello: Nove meses. Exatamente o tempo de uma gestação é que passei esse período cuidando da minha afilhada recém-nascida. Aprendi a trocar fralda a dar mamadeira.
Monica: Até hoje, é o Marcello que dá o leite da meia-noite ao Francisco. É um momento dos dois.
Claudia: Essa espera trouxe muita ansiedade?
Marcello: Achei tranquilo, porque entendi o sentido do processo e a importância de tomar cuidado. Afinal, muitas crianças acabam sendo devolvidas depois de um certo tempo. As pessoas imaginam que seja complicado adotar, mas não é. Nós participamos de reuniões com grupos de pais, fomos entrevistados e recebemos visitas de psicólogas e assistentes sociais até obter a certidão que nos habilitava a adotar uma criança em qualquer ponto do território nacional. A Isabel também foi entrevistada. Entre outras coisas ele queriam saber se ela concordava em dividir a herança com o irmão.
Mônica: Em nenhum momento eles perguntaram, por exemplo, quanto a gente ganha. Quando visitam as famílias, só querem saber se as pessoas vivem em uma casa com condições de higiene e segurança.
Claudia: Como chegaram, então, ao Francisco?
Mônica: A principio, a gente pensava em adotar uma menina recém-nascida, do Sul ou do Nordeste, para manter uma certa distância da família original. Logo que recebemos a habilitação, entramos em duas filas. Numa delas, deveríamos esperar – avisariam quando encontrassem uma criança com o perfil indicado. Na outra, podíamos tomar iniciativas. Então, saímos procurando pelos orfanatos, e foi assim que acabamos nos apaixonando pelo Francisco. Fiquei encantada na hora. Ele é lindo, mulatinho, de olhos azuis, com o cabelo todo enroladinho.
Claudia: Que tal o primeiro encontro?
Mônica: Se eu tinha alguma dúvida em relação à existência de vidas passadas, ela acabou quando vi o Marcello com o Francisco nos braços. Com os olhos cheios de água, ele dizia que o menino era seu filho, que só naquele momento percebia como tinha sentido sua falta. Enquanto a gente conversava com as funcionárias do orfanato, o Francisco dormiu no colo do Marcello.
Marcello: Pra mim, já era o meu filho. Conseguimos uma autorização para ele passar o fim de semana com a gente. Conclusão: nunca mais voltou para o orfanato.
Mônica: Na hora de levá-lo, confesso que tive dúvidas. Achei que estávamos queimando etapas, que deveríamos procurar mais e, sobretudo, conhecer melhor o estado de saúde do Francisco. Depois de cinco gestações frustradas, eu me sentia sem reserva emocional para encarar qualquer problema. Achava que a gente deveria pensar mais um pouco, mas decidi confiar na intuição do Marcello. Aquela imagem – ele chorando e o Francisco dormindo – foi muito forte, me deixou comovida.
Claudia: O fato de vocês serem pessoas conhecidas atrapalhou ou facilitou o processo de adoção?
Mônica: Nós fomos tratados como os outros candidatos. Mas enfrentamos situações complicadas. Tivemos que armar um esquema de segurança para o Marcello visitar o orfanato onde o Francisco estava.
Marcello: Imagine, na época eu atuava na novela Mulheres Apaixonadas e vivia o auge da história de ciúmes com a Heloísa (personagem de Giulia Gam que atormentava a vida do marido, Sérgio, interpretado pelo ator). Era uma fase de assédio.
Claudia: Francisco precisou de algum cuidado especial?
Marcello: Quando o adotamos, ele tinha 9 meses e nem sentava. Mas, na primeira consulta, o pediatra nos tranquilizou dizendo que bastava carinho, segurança e nutrição para ele progredir. E não deu outra. Ele respondeu muito bem aos nossos cuidados, está forte e saudável.
Claudia: O que mudou na rotina doméstica da família?
Marcello: No primeiro final de semana, pedimos um berço emprestado e compramos algumas roupinhas e brinquedos. A presença dele foi alterando tudo naturalmente.
Mônica: O cheiro da nossa casa mudou. Hoje, não importa a hora que eu vá dormir, as minhas madrugadas são do Francisco. A babá fica com ele somente de dia. Na escolinha, durante o período de adaptação, as professoras brincavam dizendo que quem precisava se adaptar era eu, que morria de saudade.
Claudia: Vocês percebem a nova influência familiar no garoto?
Mônica: Eu acho que o Francisco está cada vez mais parecido com o Marcello! Os olhos, que antes eram azuis, agora estão verdes. E a pestana dele ficou imensa. No jeito, então, eles s$ao idênticos. Assim como o pai, o Francisco adora um obstáculo e gosta de fazer tudo ozinho. Para eles, quanto mais dificuldade, melhor.
Claudia: Como pretendem criá-lo?
Marcello: De cara, ele já vai ter muito mais oportunidades do que a gente. Eu, por exemplo, nunca fiz natação com 1 ano de idade, nem frequentava escolinha. A gente deve matriculá-lo em um colégio bilíngue, como a Isabel, porque achamos importante a fluência em outra língua. Mas não me preocupo demais com o futuro dele. Quero apenas dar apoio e instrumentos necessários para que faça o que quiser ser da vida, que seja livre e feliz.
Mônica: Queremos que ele leve uma vida normal, longe das revistas, exatamente como aconteceu com a Isabel.
Claudia: Vocês pretendem contar que ele é adotado?
Marcello: Sim, e, se ele quiser saber, vamos revelar todos os pequenos detalhes da história. Por isso, até guardamos a roupinha com que veio do orfanato para casa.
Mônica: Não faremos segredo. Estamos dispostos a ajudá-lo até se ele se interessar em conhecer a família de origem. Conseguimos algumas informações no orfanato.
Claudia: Vocês são brancos e o Francisco é mulato. Pensaram na possibilidade de ele vir a sofrer algum tipo de preconceito racial?
Mônica: Queremos oferecer a ele as ferramentas necessárias para que seja capaz de lidar com esse tipo de situação, caso venha a se confrontar com ela. Se alguém no futuro constranger o Francisco, espero que ele encare essa pessoa com pena e não com raiva. Afinal, qualquer tipo de preconceito é sinal de falta de educação, de cultura, de elegância.
Claudia: Como ele foi recebido pelo restante da família?
Marcello e Mônica: Nosso filho foi adotado por todos. A Isabel é a madrinha dele. Os avós também estão apaixonados e não aguentam ficar muito tempo longe do neto.
Claudia: Marcello, dá para ser um pai presente e galã de novela ao mesmo tempo?
Marcello: Claro, meu tempo livre é do Francisco. Nos fins de semana, sou eu quem o leva para as festinhas infantis. Ainda bem que adoro o programa, porque ele é popular, tem muitos amigos e uma média de 16 aniversários por mês!
O casal de atores apresenta o filho, Francisco, e fala sobre o processo de adoção: as entrevistas com psicólogos e assistentes sociais, o encontro com o bebê no orfanato, a alegria de ter uma criança em casa. Ao abrir o coração, Marcelo e Mõnica esperam estimular outras famílias a considerar a possibilidade.
A agenda de Marcello Antony, 39 anos, anda lotada. E não é apenas por conta do Viriato, o maítre bonitão da novela Senhora do Destino. Desde que assumiu o papel de pai, ele se desdobra entre os compromissos profissionais e o cuidado com o filho, Francisco, de 1 ano e 10 meses. Tanto Marcelo quanto a mulher – a atriz Mônica Torres, 46 anos, com quem é casado há sete – babam diante do menino, que adotaram logo após um encontro emocionante em um orfanato carioca. O processo durou alguns meses, mas hoje o casal tem a guarda definitiva. Quem também comemora o fato é Isabel, 19 anos, filha de Mônica (com o ator e diretor José Wilker), que virou madrinha. Os atores concordaram em abrir esta história de amor familiar com a condição de que a repórter não tocasse no episódio da prisão de Antony – como se sabe, em abril ele foi detido pela polícia ao comprar maconha com cheque, em Porto Alegre. Hoje, o ator está empenhado em divulgar a prática da adoção no país e dá palestras a candidatos a pais na Primeira Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro. Aqui, a mãe e o pai de Francisco revelam o quanto sua chegada alegrou a casa e o coração de toda a família.
Claudia: Como surgiu a ideia de adotar uma criança?
Mônica: Nosso “Plano A” era ter um filho biológico e adotar outro em seguida. Mas decidimos inverter a ordem do projeto porque eu enfrentei cinco abortos espontâneos. Passar por isso foi muito difícil, ainda que tenha fortalecido nosso casamento.
Marcello Nós vamos continuar tentando ter um filho biológico, mas, se não acontecer, pretendemos adotar outro, quando o Francisco estiver maior, talvez daqui a um ano e meio.
Claudia: Vocês conheciam alguma história de adoção?
Monica: Eu devia ter uns 10 anos quando a passadeira lá de casa pegou uma menina para criar. Ela vivia com dificuldade, tinha um filho adulto, que era zelador do prédio em que minha família morava, e levava todo dia a filha para o trabalho. A partir daí, sempre pensei na adoção como uma possibilidade. Logo que comecei a namorar o Marcello e falamos em filhos, comentei sobre o meu desejo de adotar. Na hora, ele respondeu: “Vamos!”
Marcello: A ideia me empolgava pelo lado mais humanitário, a vontade de ajudar uma criança sem família, de fazer alguma coisa...
Claudia: Quem se beneficiou mais com a decisão, vocês ou o Francisco?
Marcello: Nós. Ele coloriu a vida da gente, trouxe esperança.
Mônica: É curioso, porque sempre se pensa em adotar para fazer o bem. Mas depois que o Francisco chegou, vimos que foi ele quem trouxe tudo de bom para nós. Na convivência, ampliamos nossa capacidade de amar. Hoje, saio de casa querendo voltar para ficar com o meu filho. Não basta monitorar de longe, a vontade é acompanhar a rotina dele de perto.
Claudia: Quanto tempo se passou desde que vocês entraram com os papéis da adoção até pegar o Francisco no colo?
Marcello: Nove meses. Exatamente o tempo de uma gestação é que passei esse período cuidando da minha afilhada recém-nascida. Aprendi a trocar fralda a dar mamadeira.
Monica: Até hoje, é o Marcello que dá o leite da meia-noite ao Francisco. É um momento dos dois.
Claudia: Essa espera trouxe muita ansiedade?
Marcello: Achei tranquilo, porque entendi o sentido do processo e a importância de tomar cuidado. Afinal, muitas crianças acabam sendo devolvidas depois de um certo tempo. As pessoas imaginam que seja complicado adotar, mas não é. Nós participamos de reuniões com grupos de pais, fomos entrevistados e recebemos visitas de psicólogas e assistentes sociais até obter a certidão que nos habilitava a adotar uma criança em qualquer ponto do território nacional. A Isabel também foi entrevistada. Entre outras coisas ele queriam saber se ela concordava em dividir a herança com o irmão.
Mônica: Em nenhum momento eles perguntaram, por exemplo, quanto a gente ganha. Quando visitam as famílias, só querem saber se as pessoas vivem em uma casa com condições de higiene e segurança.
Claudia: Como chegaram, então, ao Francisco?
Mônica: A principio, a gente pensava em adotar uma menina recém-nascida, do Sul ou do Nordeste, para manter uma certa distância da família original. Logo que recebemos a habilitação, entramos em duas filas. Numa delas, deveríamos esperar – avisariam quando encontrassem uma criança com o perfil indicado. Na outra, podíamos tomar iniciativas. Então, saímos procurando pelos orfanatos, e foi assim que acabamos nos apaixonando pelo Francisco. Fiquei encantada na hora. Ele é lindo, mulatinho, de olhos azuis, com o cabelo todo enroladinho.
Claudia: Que tal o primeiro encontro?
Mônica: Se eu tinha alguma dúvida em relação à existência de vidas passadas, ela acabou quando vi o Marcello com o Francisco nos braços. Com os olhos cheios de água, ele dizia que o menino era seu filho, que só naquele momento percebia como tinha sentido sua falta. Enquanto a gente conversava com as funcionárias do orfanato, o Francisco dormiu no colo do Marcello.
Marcello: Pra mim, já era o meu filho. Conseguimos uma autorização para ele passar o fim de semana com a gente. Conclusão: nunca mais voltou para o orfanato.
Mônica: Na hora de levá-lo, confesso que tive dúvidas. Achei que estávamos queimando etapas, que deveríamos procurar mais e, sobretudo, conhecer melhor o estado de saúde do Francisco. Depois de cinco gestações frustradas, eu me sentia sem reserva emocional para encarar qualquer problema. Achava que a gente deveria pensar mais um pouco, mas decidi confiar na intuição do Marcello. Aquela imagem – ele chorando e o Francisco dormindo – foi muito forte, me deixou comovida.
Claudia: O fato de vocês serem pessoas conhecidas atrapalhou ou facilitou o processo de adoção?
Mônica: Nós fomos tratados como os outros candidatos. Mas enfrentamos situações complicadas. Tivemos que armar um esquema de segurança para o Marcello visitar o orfanato onde o Francisco estava.
Marcello: Imagine, na época eu atuava na novela Mulheres Apaixonadas e vivia o auge da história de ciúmes com a Heloísa (personagem de Giulia Gam que atormentava a vida do marido, Sérgio, interpretado pelo ator). Era uma fase de assédio.
Claudia: Francisco precisou de algum cuidado especial?
Marcello: Quando o adotamos, ele tinha 9 meses e nem sentava. Mas, na primeira consulta, o pediatra nos tranquilizou dizendo que bastava carinho, segurança e nutrição para ele progredir. E não deu outra. Ele respondeu muito bem aos nossos cuidados, está forte e saudável.
Claudia: O que mudou na rotina doméstica da família?
Marcello: No primeiro final de semana, pedimos um berço emprestado e compramos algumas roupinhas e brinquedos. A presença dele foi alterando tudo naturalmente.
Mônica: O cheiro da nossa casa mudou. Hoje, não importa a hora que eu vá dormir, as minhas madrugadas são do Francisco. A babá fica com ele somente de dia. Na escolinha, durante o período de adaptação, as professoras brincavam dizendo que quem precisava se adaptar era eu, que morria de saudade.
Claudia: Vocês percebem a nova influência familiar no garoto?
Mônica: Eu acho que o Francisco está cada vez mais parecido com o Marcello! Os olhos, que antes eram azuis, agora estão verdes. E a pestana dele ficou imensa. No jeito, então, eles s$ao idênticos. Assim como o pai, o Francisco adora um obstáculo e gosta de fazer tudo ozinho. Para eles, quanto mais dificuldade, melhor.
Claudia: Como pretendem criá-lo?
Marcello: De cara, ele já vai ter muito mais oportunidades do que a gente. Eu, por exemplo, nunca fiz natação com 1 ano de idade, nem frequentava escolinha. A gente deve matriculá-lo em um colégio bilíngue, como a Isabel, porque achamos importante a fluência em outra língua. Mas não me preocupo demais com o futuro dele. Quero apenas dar apoio e instrumentos necessários para que faça o que quiser ser da vida, que seja livre e feliz.
Mônica: Queremos que ele leve uma vida normal, longe das revistas, exatamente como aconteceu com a Isabel.
Claudia: Vocês pretendem contar que ele é adotado?
Marcello: Sim, e, se ele quiser saber, vamos revelar todos os pequenos detalhes da história. Por isso, até guardamos a roupinha com que veio do orfanato para casa.
Mônica: Não faremos segredo. Estamos dispostos a ajudá-lo até se ele se interessar em conhecer a família de origem. Conseguimos algumas informações no orfanato.
Claudia: Vocês são brancos e o Francisco é mulato. Pensaram na possibilidade de ele vir a sofrer algum tipo de preconceito racial?
Mônica: Queremos oferecer a ele as ferramentas necessárias para que seja capaz de lidar com esse tipo de situação, caso venha a se confrontar com ela. Se alguém no futuro constranger o Francisco, espero que ele encare essa pessoa com pena e não com raiva. Afinal, qualquer tipo de preconceito é sinal de falta de educação, de cultura, de elegância.
Claudia: Como ele foi recebido pelo restante da família?
Marcello e Mônica: Nosso filho foi adotado por todos. A Isabel é a madrinha dele. Os avós também estão apaixonados e não aguentam ficar muito tempo longe do neto.
Claudia: Marcello, dá para ser um pai presente e galã de novela ao mesmo tempo?
Marcello: Claro, meu tempo livre é do Francisco. Nos fins de semana, sou eu quem o leva para as festinhas infantis. Ainda bem que adoro o programa, porque ele é popular, tem muitos amigos e uma média de 16 aniversários por mês!